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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Em Brasília, representantes de entidades da saúde se manifestam contra expansão de cursos EaD 100%



A ampliação na oferta de cursos a distância foi debatida na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, em 08.08. Na oportunidade, cerca de 200 representantes de conselhos e sindicatos das profissões de saúde se manifestaram contra a expansão, defendida pelo Governo.

O secretário-geral do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Marco Manfredini, esteve presente na ocasião. “É importante a manutenção da mobilização unitária dos conselhos profissionais e entidades da saúde em defesa da qualidade de formação, da necessidade do ensino presencial na área da saúde e contra os interesses de mercado que podem prejudicar a saúde da população”, alega.



De acordo com o coordenador do Fórum dos Conselhos Federais da Área da Saúde (FCFAS), Cassio Fernando Silva, também presente no encontro, os cursos de saúde necessitam de prática, o que não pode ser proporcionado pela modalidade a distância.
Dorisdaia Humerez, representante do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), destacou ainda que mesmo quando os cursos não-presenciais exigem uma porcentagem de horas de prática, os laboratórios apresentam estrutura ineficiente. “Fomos para todos os polos por insistência do Ministério Público Federal e vimos que é uma calamidade. Nós encontramos polos de apoio presencial no fundo de uma padaria.", disse durante a reunião.

O presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, Luiz Roberto Curi, refutou a afirmação. Segundo ele, cursos presenciais também podem apresentar problemas semelhantes. "Se há desmazelo, irregularidade, o descumprimento do atendimento a interesse social de curso a distância, é porque também há esse mesmo desmazelo em cursos presenciais”.
Já tramita na Câmara um Projeto de Lei (n° 5414/16) que proíbe o incentivo do Governo ampliação da educação a distancia na saúde. O deputado Átila Lira é o relator do projeto. De acordo com ele, o texto pode ser votado até setembro.
Na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) projetos semelhantes também  estão em tramitação.

Participantes
A audiência em Brasília contou com duas mesas de discussão. Da primeira participaram, além de Curi e Dorisdaia, o secretário de regulação e supervisão da educação superior do Ministério da Educação, Henrique Sartori, o coordenador do FCFAS, Cássio Fernando Silva e a emérita professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Zilamar Fernandes.
Integraram a segunda mesa, o assessor jurídico da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior, Bruno Coimbra, a vice-presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares, Elizabeth Guedes
o conselheiro da Associação Brasileira de Educação a Distância, Jair Santos Junior, o presidente da Associação Brasileira dos Estudantes de Educação a Distância, Ricardo Holz e Francisca Rêgo Oliveira de Araújo do Conselho Nacional de Saúde.
Porcentagem EaD
Hoje, 100 mil estudantes brasileiros fazem curso superior na modalidade de ensino a distância (EaD). São 106 cursos na área da saúde e 38 em análise no Ministério da Educação. Se em 2001 o Brasil contava com 5 mil alunos não presenciais, agora a marca passa de 1 milhão.

*Com informações da Câmara dos Deputados

FONTE E IMAGENS: INFORMATIVO CROSP

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